sábado, 8 de setembro de 2012


Os processos parados no Supremo


Por IV Avatar do Rio Meia Ponte

Mais de 260 mil processos esperam o Supremo

Do Blog Os Constitucionalistas 
Enquanto o Supremo Tribunal Federal gastará dois meses para decidir a Ação Penal 470, o processo do mensalão, aguardam julgamento no tribunal 218 recursos em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria discutida. O efeito cascata disso é a falta de prestação de justiça, como revelam números da própria Corte. Por conta da indecisão nestas duas centenas de casos, há, no mínimo, 260 mil processos parados em tribunais e fóruns do país à espera da definição do STF.
O número de 260 mil, apesar de saltar aos olhos, está subestimado. O volume de processos parados diz respeito a apenas dez tribunais e quatro regiões dos Juizados Especiais Federais. Apenas nos tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul e de São Paulo, por exemplo, são 85 mil ações sobrestadas que aguardam uma decisão do Supremo para que seus autores possam ver o conflito resolvido. E os números são referentes a março e fevereiro passados, respectivamente (veja tabela). Ou seja, estão desatualizados.
“Os números mostram que, sob uma perspectiva pragmática e realista, o Supremo Tribunal Federal não deveria se ocupar de questões como essas da Ação Penal 470”, afirma o advogado e professorJosé Miguel Garcia Medina, colunista da revista Consultor Jurídico. Para o professor, “o Supremo tem que assumir outra posição no contexto jurídico brasileiro”, mais próximo possível de uma corte, de fato, constitucional.
Os efeitos do mensalão, no contexto, podem ser piores do que parece. O ministro Cezar Peluso se aposenta em 3 de setembro. Em novembro, é a vez do presidente do Supremo, Ayres Britto, completar 70 anos e deixar o tribunal. E o ministro Celso de Mello, decano da Corte, já anunciou que vem pensando na aposentadoria.
Com dez ministros apenas e, depois com nove, algumas matérias realmente importantes do ponto de vista jurídico não deverão ser colocadas em pauta. É o caso das ações em que se discute se os bancos devem ser obrigados a pagar pela correção não aplicada sobre os valores das poupanças no curso dos planos econômicos. Há matérias como a questão do poder investigatório do Ministério Público em que não haverá problema: tanto Cezar Peluso quanto Ayres Britto já votaram.
Mas esse não é o caso de muitos processos de Repercussão Geral que não foram colocados em pauta na gestão Peluso, nem agora. Um dos ministros que mais brada pela racionalização dos trabalhos no Supremo é Marco Aurélio. No último dia 2 de agosto, quando começou o julgamento do processo do mensalão e se discutiu o possível desmembramento da ação, o ministro revelou um levantamento segundo o qual o STF faz cerca de oito sessões plenárias por mês e que julga, em média, menos de dez processos. “Afastados agravinhos e embargos declaratórios, examinados de forma sumária, a média é de menos de dez processos”, disse.
Sobre o atraso na análise de recursos com repercussão geral reconhecida, o ministro afirmou: “Tribunais estão alugando prédios para alocar processos que aguardam o crivo do Supremo por conta da repercussão geral. O Supremo está inviabilizado e mesmo assim atrai essa competência que não está prevista na Carta da República”.
Há, hoje, 709 processos liberados para julgamento em plenário na pauta do Supremo. Do total, 143 foram liberados por Marco Aurélio, entre recursos dos quais é relator e outros que devolveu após pedir vista dos autos. Em segundo lugar, está Dias Toffoli, com 109 processos liberados para julgamento pelos 11 ministros. Depois, Gilmar Mendes, com 85 ações.
Enquanto os ministros analisam os fatos e condutas de uma ação penal, teses jurídicas constitucionais, de maior envergadura do ponto de vista institucional e que colocariam fim a milhares de controvérsias, seguem sem solução. E os processos não param de bater às portas do tribunal. “Como eu não estou licenciado quanto aos demais processos, que não param de chegar, estou fazendo turno triplo”, conta Marco Aurélio.
O ministro ainda aguarda a sessão administrativa, cancelada na última quarta-feira (15/8), em que se decidirá se o STF fará, durante o período de julgamento do mensalão, sessões matutinas às quartas e quintas-feiras para tratar de outros processos: “Enviei a proposta em junho justamente para o Supremo não se tornar um tribunal de processo único”.
Interesse social
Entre os temas que aguardam análise em recursos extraordinários, estão processos que, para as pessoas comuns, podem significar a vida. Entre eles está o Recurso Extraordinário 566.471, em que discute se cabe obrigar o Estado a fornecer medicamentos de alto custo a portadores de enfermidades graves que não tenham condições de pagar pelos remédios.
Por conta da pendência de julgamento de mérito do recurso, que ainda não consta na pauta de julgamento do STF, há mais de oito mil processos sobrestados em instâncias inferiores, impedindo que se defina a sorte de milhares de pacientes hipossuficientes.
Também relacionado ao assunto do fornecimento de medicamentos pelo Estado, o RE 605.533 discute a legitimidade do Ministério Público de propor ação civil pública para obrigar estados a entregar medicamentos a portadores de certas doenças. O recurso contesta uma ação em que o MP quer obrigar o estado de Minas Gerais a entregar medicamentos a portadores de hipotireoidismo e hipocalcemia. Há pelo menos 862 processos sobrestados sobre o tema, esperando o Supremo Tribunal Federal se pronunciar sobre o assunto.
Mais de 10 mil processos aguardam o julgamento do RE 561.836, que trata ainda do período de transição entre as moedas Cruzeiro Real e Real, na primeira metade da década de 1990. O julgamento definirá se cabe o direito de se compensar a diferença de 11,98%, resultante da conversão em URV dos valores expressos em cruzeiros reais, considerando, para tanto, o reajuste ocorrido na subsequente data-base. A Unidade Real de Valor (URV) foi o índice de referência utilizado na fase de transição que antecedeu o estabelecimento do Real como moeda corrente.
De tema semelhante é o RE 595.107, que trata do cálculo dos índices de correção monetária quando da implantação do Plano Real. Os ministros devem avaliar a constitucionalidade do artigo 38 da Lei 8.880/1994, que criou o Plano Real. O artigo 38 estabelece que o cálculo dos índices de correção monetária deve tomar por base preços em real, o equivalente em URV dos valores em cruzeiros reais e os preços nominados ou convertidos em URV dos meses anteriores àquele em que se verificar a emissão do Real, de que dispõe o artigo 3º da Lei 8.880/1994, bem como no mês subsequente.
No campo do Direito Penal, o julgamento do RE 591.054 definirá importante jurisprudência ao estabelecer se é ou não constitucional que ações penais em curso possam ser consideradas como maus antecedentes para a fixação da dosimetria da pena. O relator é o ministro Marco Aurélio. Pelo menos 47 processos dependem do posicionamento que será consagrado pelo Supremo.
Economia e política
Há outros casos que poderiam ser julgados neste segundo semestre se a pauta do plenário não estivesse ocupada com uma só ação. É o caso de três recursos especiais e uma ADPF que definirão quem deve indenizar os poupadores pelas diferenças de correção em cadernetas de poupança provocadas pelos sucessivos planos econômicos editados nas décadas de 1980 e 1990 no Brasil.
O ministro Dias Toffoli é relator de dois recursos (RE 591.797 e RE 626.307), o ministro Gilmar Mendes é relator de um (RE 632.212) e o ministro Ricardo Lewandowski é o relator da ADPF 165, ajuizada pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif). A confederação pede que seja reconhecida a constitucionalidade dos planos Cruzado, Bresser, Verão e Collor I e II. Os recursos foram ajuizados em 2010, e a ADPF em 2009.
Dias Toffoli e Gilmar Mendes já liberaram os recursos para a pauta. E o ministro Ricardo Lewandowski também já havia sinalizado que concluiria sua análise para que os processos fossem julgados em conjunto, o mais breve possível. Mas foi interrompido pela revisão do processo do mensalão.
De acordo com cálculos dos bancos, mais de 500 mil ações, entre individuais e coletivas, estão suspensas na Justiça estadual e Federal à espera da definição do STF. As ações pedem o pagamento de diferenças de correção de cadernetas de poupança. As estimativas de perda das instituições bancárias variam muito, de R$ 30 bilhões a R$ 100 bilhões, caso os correntistas ganhem a causa.
Há também dois temas de grande repercussão nas finanças públicas que aguardam na fila de julgamentos do Supremo. A desaposentação e o pagamento de precatórios. No primeiro caso, é discutido se o beneficiário da Previdência Social pode renunciar ao primeiro benefício recebido para que as contribuições recolhidas após a aposentadoria sejam incluídas em um novo cálculo. Há dois recursos (RE 381.367 e 661.256) nos quais se reconheceu repercussão geral.
No segundo, está em jogo a constitucionalidade da Emenda Constitucional 62, apelidada de Emenda do Calote, também deveria ser retomado neste ano, com o voto do ministro Luiz Fux. A Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.357 proposta pela OAB, AMB, Conamp e diversas outras entidades de classe, começou a ser julgada, mas a conclusão foi adiada por pedido de vista de Fux. Antes, em junho de 2011, o julgamento foi adiado por falta de quorum no STF.
Do ponto de vista de moralidade política, tramita no Supremo uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil contra as regras que permitem a empresas doar dinheiro para campanhas eleitorais. De acordo com a OAB, a permissão para que empresas façam doações para campanhas eleitorais “compromete a higidez do processo democrático, promove a desigualdade política e alimenta a corrupção”.
Os ministros também planejavam julgar em conjunto as diversas ações que contestam o pagamento de pensão para ex-governadores de estado. A ministra Cármen Lúcia, relatora do processo que contesta a Constituição do Pará, que institui o benefício para ex-governadores do estado, votou no ano passado pela derrubada do benefício. O julgamento do caso foi adiado por pedido de vista do ministro Dias Toffoli e há diversas ações contra Constituições de outros estados distribuídas entre os ministros do tribunal.
Além destes casos, pendem de julgamento temas relevantes como o poder de o Ministério Público conduzir investigações penais, a constitucionalidade da Lei Seca, a ocupação de terras por comunidades remanescentes de quilombos e a legalidade de se fixar horário uniforme de funcionamento para os tribunais do país.
Racionalidade em baixa
O ministro Marco Aurélio chama a atenção também para a falta de racionalidade nos julgamentos de temas importantes, o que faz a produtividade do plenário ficar cada vez mais baixa. Discute-se muito no plenário, mesmo quando a questão é decidida por unanimidade. “Nunca vi em plenário o que venho notando. Mesmo quando não são relatores, colegas levam voto escrito. Geralmente quando se tem relator, os demais não levam voto escrito. Para divergir, é preciso fundamentar. Mas para acompanhar o relator, não. Temos que rever isso porque precisamos ser mais ágeis. O relator que leve o voto escrito. Os demais podem fazer seus comentários, mas sem a leitura do voto”, defende Marco Aurélio. “Afinal, são todos doutos, menos o vice-decano”, brinca.
O professor José Miguel Garcia Medina acredita que seja necessária uma mudança constitucional nas competências do Supremo. “De certo modo, a mudança já foi iniciada com a Emenda Constitucional 45, que instituiu a repercussão geral do recurso extraordinário e possibilitou ao STF criar súmulas vinculantes”, afirma. A partir dessa mudança, a Corte passou a ocupar um patamar diferente e vem demonstrando isso com o julgamento de causas importantes.
Medina defende, contudo, que a reforma tem de ser mais profunda. “Muitas vezes, o Supremo ainda desempenha o papel de um tribunal comum. Não pode se ocupar de uma ação penal como essa (do mensalão), ainda que seja importante. O tribunal já não pode mais julgar milhares de recursos”, opina.
Para Garcia Medina, a EC 45, da Reforma do Judiciário, fez uma boa reforma, mas não a necessária. Por exemplo, enquanto o Supremo se ocupa de uma ação penal por tanto tempo, há casos em que não se reconhece a repercussão geral, mesmo com temas constitucionais interessantes, e que a jurisprudência vai sendo fixada pelos tribunais de segunda instância. “Isso faz com que temas constitucionais sejam definidos de maneira diferente a depender da região do país”, diz o advogado.
De acordo com o professor, o STF estaria mais próximo de uma corte constitucional se só julgasse recursos vindos do Superior Tribunal de Justiça. O STJ, nesse contexto, ocuparia o papel de tribunal de cúpula: “Processos penais, por exemplo, poderiam muito bem ser definidos pelo STJ, e o Supremo se restringiria à análise de temas realmente relevantes do ponto de vista institucional e jurídico”.
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RAFAEL BALIARDO é repórter da revista Consultor Jurídico em Brasília.
RODRIGO HAIDAR é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Artigo publicado originalmente na ConJur, edição 18/8/2012, sob o título “Empacado no mensalão, STF não julga temas importantes“.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-processos-parados-no-supremohttp://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-processos-parados-no-supremo
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1150363-justica-barra-317-candidatos-a-prefeito-que-tem-ficha-suja.shtml

Ficha suja barra 317 candidatos; PSDB é o partido mais afetado

08/09/2012 - 06h50

Justiça barra 317 candidatos a prefeito que têm ficha suja

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DANIEL CARVALHO
VALMAR HUPSEL FILHO
DE SÃO PAULO

Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) barraram até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com base na Lei da Ficha Limpa, mostra levantamento da Folha nos 26 Estados do país.
O número deve aumentar, já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados.

Entre esses fichas-sujas, 53 estão no Estado de SP.
Na divisão por partido, o PSDB é o que possui a maior "bancada" de barrados, com 56 candidatos --o equivalente a 3,5% dos tucanos que disputam uma prefeitura. O PMDB vem logo atrás (49). O PT aparece na oitava posição, com 18 --1% do total de seus postulantes a prefeito.
Todos os candidatos barrados pelos tribunais regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A presidente do tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar todos os casos antes das eleições, mas sim até o final do ano, antes da diplomação dos eleitos.
Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão considerados sub judice até uma eventual decisão no TSE.
Exemplo: se o ficha-suja tiver mais votos, mas seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição.
Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR-RJ).
Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara.
Já Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação durante as eleições de 2008.
A maioria dos barrados foi enquadrara no item da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível aqueles que tiveram contas públicas rejeitadas por tribunais de contas.
De iniciativa popular, a lei foi sancionada em 2010, mas só passa a valer na eleição deste ano. A lei ampliou o número de casos em que um candidato fica inelegível --cassados, condenados criminalmente por colegiado ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação.
"A lei anterior era permissiva demais", disse Márlon Reis, juiz eleitoral e um dos autores da minuta da Ficha Limpa. Para André de Carvalho Ramos, procurador regional eleitoral de São Paulo, os próprios partidos vão evitar lançar fichas-sujas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Imagens da Nasa captam forte explosão solar Erupção na superfície do sol provocou aurora no hemisfério norte da Terra 06 de setembro de 2012 | 6h 21 Notícia A+ A- Assine a Newsletter Novas imagens divulgadas pelo Observatório de Dinâmica Solar da Nasa mostram uma violenta tempestade no sol, que criou uma aurora boreal na Terra. As fotos, que foram feitas com diferentes comprimentos de onda de luz ultravioleta extrema, mostram filamentos de gás solar formando arcos se estendendo cerca de 800 mil quilômetros acima da superfície no dia 31 de agosto. O fenômeno ocorre quando uma erupção provocada por forças magnéticas instáveis no sol lança plasma - gás aquecido composto de hidrogênio e hélio carregados de eletricidade - no espaço. Efeito na Terra. De acordo com a agência, estas erupções são provocadas pelo "fechamento" dos fortes campos magnéticos presentes na atmosfera solar, chamada de corona. "Quando estes campos estão fechados, geralmente acima de grupos de manchas solares, a atmosfera solar confinada pode, de repente e violentamente, liberar bolhas de gás e campos magnéticos chamados de ejeção de massa coronal", explicam os cientistas. Uma grande quantidade de massa coronal pode acelerar milhões de quilômetros por hora em explosões no espaço e entrar em contato com a atmosfera de outros planetas. A Nasa diz que o gás lançado pela explosão do dia 31 de agosto chegou ao campo magnético da Terra, provocando uma aurora no céu do norte do Canadá na noite de segunda-feira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Rastro do Curiosity em Marte pode ser visto do espaço Nasa divulgou novas fotos da missão de exploração ao planeta vermelho. Pouso do robô completa um mês nesta quinta (6). Do G1, em São Paul Rastros do Curiosity são vistos do espaço (Foto: Nasa/ JPL-Caltech/Universidade do Arizona) Os rastros deixados pelo robô Curiosity no solo marciano já podem ser vistos do espaço. A Nasa divulgou nesta quinta-feira (6) novas fotos relativas à missão, que foram tiradas tanto por satélites posicionados na órbita de Marte quanto pelo próprio robô. Nesta semana, o robô percorreu uma distância de 30,5 metros – exatamente 100 pés, medida usada nos Estados Unidos – em sua rota mais longa até o momento. Nos próximos dias, o robô fica parado, enquanto a Nasa faz testes no braço robótico e nos instrumentos científicos. Nesta quinta, o robô completa um mês exato desde o seu pouso no planeta vermelho. A distância total que ele já percorreu até o momento é de 109 metros. Na foto feita pelo Mars Reconnaissance Orbiter, um satélite da Nasa que monitora a superfície marciana, o rastro do Curiosity é claramente visível. Os pontos mais escuros no centro da imagem são o ponto de pouso do robô. A partir dali, ele partiu até a posição atual, à direita da foto, deixando seu rastro pelo caminho. As fotos abaixo também foram divulgadas nesta quinta. A primeira mostra o rastro do Curiosity registrado pelo próprio robô. Na segunda, uma câmera posicionada no mastro central tirou uma fotografia de alta resolução do braço robótico, onde fica outra câmera. Rastro do Curiosity em Marte, registrado pelo próprio robô (Foto: Nasa/JPL-Caltech) Foto em alta resolução do braço do Curiosity (Foto: Nasa/JPL-Caltech)

Votação do Código Florestal é adiada; Chinaglia alerta para risco de retrocesso

CHINAGLIAOs líderes partidários na Câmara não conseguiram chegar a um consenso e, com a obstrução deflagrada pelos parlamentares da bancada ruralista, o plenário adiou a votação, marcada para esta quarta-feira (5), da Medida Provisória (MP 571/12), que trata do Código Florestal. A MP, já aprovada em comissão mista, perde a validade no dia 8 de outubro.
O governo defende a aprovação do texto original da MP. Na semana passada, a comissão mista aprovou um texto que desagradou o governo porque propõe a redução da faixa de recomposição das Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Pelo texto aprovado, as propriedades de médio porte, de 4 a 15 módulos fiscais, e com cursos de água de até 10 metros, ficam obrigadas a recompor a mata ciliar devastada em 15 metros a partir da margem do rio.
Já o texto original do governo exige recomposição de 20 metros nas APPs, em propriedades de 4 a 10 módulos fiscais. O módulo fiscal é definido de acordo com o município e pode variar de cinco hectares no Distrito Federal a 100 hectares no Amazonas.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que coordenou as negociações nesta quarta-feira, alertou para “as consequências” da não votação da medida. “É uma escolha política que pode prejudicar 96% dos proprietários rurais do país, ou seja, tem consequências graves”, disse.
Ao não votar a MP, acrescentou o líder do governo, “corremos o risco de não haver tempo e a medida perder a validade. Isso resulta que todos aqueles que desmataram até 2008 perdem a chance de aproveitar uma nova legislação. Vão ficar sob a égide da lei geral, que é muito mais rigorosa”, destacou Chinaglia.
Para o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), ainda existe a possibilidade de votação da MP na semana do dia 18 de setembro, quando a Câmara fará novo esforço concentrado antes das eleições de outubro. “Hoje não teve acordo, mas ainda faremos uma tentativa no dia 18 para votar esta matéria que é importante para o País”, disse.
Intransigência – O deputado Bohn Gass (PT-RS), que presidiu a comissão mista, lamentou que a MP não tenha sido votada e atribuiu o fato à intransigência de parte da bancada ruralista. “Estamos prejudicando o país pela intransigência de uma ou duas pessoas que querem anistia das multas, não querem fazer reposição das áreas desmatadas e não querem a proteção dos rios com as matas ciliares. É uma derrota para o meio ambiente e para a agricultura familiar”, frisou o petista.
Gizele Benitz





"As coisas ruins têm que vir a público", diz, em entrevista, Eliana CalmonAo deixar o CNJ, a ex-corregedora diz ao Correio que está convencida de que o julgamento do mensalão vai mostrar ao país uma Justiça cada vez mais desatrelada do poder

Publicação: 06/09/2012 06:15 Atualização:
'O que desatrelou o Judiciário do poder foi a Constituição. No passado, era um modelo criado para um país atrasado, de elites, patrimonialista, em que o Judiciário era chancelador das safadezas todas' (Janine Moraes/CB/D.A Press)
"O que desatrelou o Judiciário do poder foi a Constituição. No passado, era um modelo criado para um país atrasado, de elites, patrimonialista, em que o Judiciário era chancelador das safadezas todas"


No último dia de expediente na função de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon teve tempo para reafirmar cada uma das suas convicções a respeito da magistratura brasileira. Reiterou a necessidade de desmistificar a imagem de “semideuses” dos juízes da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal, falou sobre a polêmica expressão “bandidos de toga” e disse que a missão do STF no julgamento do mensalão é mostrar como se faz Justiça, assim, com letra maiúscula. Em entrevista exclusiva ao Correio, a ministra não poupou críticas sequer ao CNJ: “O colegiado é tímido, não está aberto às mudanças”. Aproveitou para dizer que não pretende ser advogada e, muito menos, concorrer a algum cargo eletivo.”Quem doou quer o quê? Minha alma? Essa eu não dou”.

A senhora se arrepende de algo da sua gestão? Valeu a pena ter dito que há bandidos de toga?
Não me arrependo de nada. Valeu, sim. Hoje, grande parte da magistratura tem a exata medida de compreensão das minhas palavras.

E o CNJ ainda tem muito a evoluir para combater irregularidades no Judiciário?
O colegiado é tímido, não está aberto às mudanças. O corporativismo é muito forte, penetrante. Vai e volta. É derrotado, mas consegue vitórias. Temos que estar muito atentos evitar que o CNJ seja  um arremedo do que é a Justiça piorada.

Dilma deve anunciar redução das tarifas de energia elétrica nesta quinta Expectativa é que percentual de redução chegue até 20%. Medida visa reduzir contas de consumidores e custos da indústria. Do G1, com informações do Bom Dia Brasil A presidente Dilma Rousseff deve aproveitar o discurso desta quinta-feira (6) à noite, sobre a Independência, para anunciar uma redução na tarifa de energia dos consumidores e da indústria. O percentual ainda estava sendo discutido na véspera. A expectativa é que seja entre 10 e 20%. A medida tem, entre seus objetivos, reduzir os custos de produção da indústria, deixando-a mais competitiva. No dia 30 de agosto, a presidente havia afirmado que as medidas para baratear o custo da energia seriam apresentadas na semana seguinte. “Temos de reduzir o custo da energia, tornar racional o custo da tributação, não se trata apenas de reduzir [...], mas ele não pode ser irracional, ele não pode impedir o investimento, não pode impedir que haja participação dos bens de capital”, disse na ocasião. saiba mais Plano para baratear energia sai na próxima semana, diz Dilma Corte de encargos deve reduzir em 10% tarifa elétrica, diz ministro No final de julho, o ministro de Minas e Energia havia afirmado que o governo cancelaria a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR), além de alterar o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). O programa do governo federal, Luz para Todos, não sofrerá alteração, segundo o ministro. “Vamos cancelar CCC, CDE, RGR, e provavelmente mexeremos também no Proinfa. O Luz para Todos passa para o tesouro nacional e não sofrerá nenhuma dificuldade. Os programas serão mantidos”, disse à época.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Presidenta Dilma rebate acusaçõe infamantes de FHC. Em nota oficial, Dilma responde a FHC e defende herança de Lula Em artigo, ex-presidente disse que Dilma recebeu 'herança pesada' .'Não recebi um país sob intervenção do FMI', respondeu presidente. Priscilla MendesDo G1, em Brasília34 comentáriosDilma entre os ex-presidentes Lula e FHC, emmaio, em ato de criação da Comissão da Verdade(Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR)A presidente Dilma Rousseff divulgou nota oficial nesta segunda-feira (3) para rebater artigo publicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual afirma que Dilma recebeu uma “herança pesada” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Em artigo publicado neste domingo nos jornais "O Globo" (leia coluna) e “O Estado de S. Paulo”, FHC afirma que “a presidenta Dilma Rousseff recebeu uma herança pesada de seu antecessor”.“É pesada como chumbo a herança desse estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais sensíveis para o futuro da Nação”, afirma o ex-presidente.Em nota, Dilma afirma que foi citada de “modo injmcorreto” por Fernando Henrique Cardoso e diz que recebeu de Lula uma “herança bendita”.“Não recebi um país sob intervenção do FMI [Fundo Monetário Internacional] ou sob ameaça de apagão”, diz a presidente.“Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes”, informa a presidente.“Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro”, conclui a presidente.Em seu artigo, intitulado “Herança pesada”, FHC fez uma análise sobre o legado deixado por Lula e sobre a atuação de Dilma frente à presidência. Ele chamou de “crise moral” a demissão de oito ministros.saiba maisLula vê 'passo estupendo', e FHC diz que Dilma 'fez bem' ao criar comissãoDilma recebe FHC e líderes mundiais para jantar no Palácio da AlvoradaFHC elogia Dilma e critica Lula no combate à corrupção“Como o antecessor [Lula] desempenhou papel eleitoral decisivo, seria difícil recusar de plano seus afilhados”, declarou FHC.O sociólogo disse que o mensalão “é outra dor de cabeça” deixada por Lula e criticou a visão de que caixa 2 é um crime menor. FHC, contudo, destacou o não-envolvimento de Dilma no suposto esquema. “De tal desvio de conduta a presidenta passou longe e continua se distanciando. Mas seu partido não tem jeito”.Fernando Henrique afirmou que Lula preferiu “governar ao sabor da popularidade” a fazer reformas “politicamente custosas”.FHC criticou ainda o déficit da previdência, a política energética do governo e o atraso na transposição do Rio São Francisco e na construção da ferrovia Transnordestina. “Tudo relegado aos restos a pagar do esquecimento”, afirmou.Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Presidência da República"Nota OficialCitada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.Dilma RousseffPresidenta da República Federativa do Brasil"